"É preciso fazer qualquer coisa de
extraordinário. É preciso tomar as ruas e as praças das cidades e os
nossos campos. Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos. O ruído
do sistema mediático dominante ecoa no silêncio, reproduz o silêncio,
tece redes de mentiras que nos adormecem e aniquilam o desejo. É preciso
fazer qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o
afunilamento das ideias, contra a morte da vontade colectiva. É preciso
convocar de novo as vozes, os braços e as pernas de toda
s
e todos os que sabem que nas ruas se decide o presente e o futuro. É
preciso vencer o medo que habilmente foi disseminado e, de uma vez por
todas, perceber que já quase nada temos a perder e que o dia chegará de
já tudo termos perdido porque nos calámos e, sós, desistimos."
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